Wanessa é WGM (segundo o chess-results)

WFM (em breve WGM) Wanessa Feliciano em ação em Instambul 2012
Ao final da Olimpíada Internacional de Xadrez realizada em Instambul, a mestre FIDE (WMF) Wanessa Feliciano comemora um excelente desempenho: +5 = 4 (sem contar o ponto de W.O. da primeira rodada). No caminho ela empatou com a estrela russa, atual campeã europeia, a WGM/MI Valentina Gunina (2507), além de vencer outra WGM, 3 WIM´s e uma WMF. Wanessa conseguiu a norma de Grade Mestre Internacional Feminina (WGM), pois marcou os necessários 7 pontos em 9 partidas contra uma oposição média de 2208 pontos, perfazendo um Rp de 2428.
Segundo a FIDE, porém,  uma norma de WGM em 9 partidas da Olimpíada conta como uma norma de 20 partidas (norma dupla). Inclusive, o site oficial de resultados mostra Wanessa já tendo alcançado o título de WGM diretamente, como se vê abaixo:
Resultados de títulos obtidos na Olimpíada de Xadrez 2012 (torneio feminino).
Bom, ainda estou meio na dúvida se é título direto ou “apenas” a norma dupla de WGM, mas o desempenho da brasileira foi muito bom, certamente aparecerão muitos convites internacionais para ela a partir de agora e, caso necessário, a norma final não tardará a chegar.
Quanto ao ELO FIDE, Wanessa deve ganhar 34 pontos que, na lista de outubro próximo, devem-se somar ao atual 2234 (lista de setembro). Wanessa chega, assim, aos 2268 ultrapassando a marca história da WMI Tatiana Ratcu como o maior ELO da história do xadrez feminino nacional.

Korchnoi – Ainda Terrível

Viktor Korchnoi, alcunha ‘O Terrível’, ex-dissidente soviético, ex-vice campeão mundial, um dos poucos GMs da era Fischer a ter escore equilibrado contra o americano, já de longa data cidadão suiço, do alto dos seus 81 anos de idade continua assombrando o mundo do xadrez com a longevidade de sua força de Grande Mestre.
Num torneio realizado em Genebra, Suiça, no formato ‘Grandes Lendas’ x ‘Novos Talentos’, o melhor jogador no geral foi Korchnoi (com 70% dos pontos e performance de 2500). O vídeo abaixo mostra a premiação e faz, no final, um especial de imagens do venerável mestre. Impressiona seu amor pelo jogo, e a vontade permanente de vencer!

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Blog e notícias do Xadrez no RN e em Natal

Como alguns sabem, eu sou colaborador no blog Xadrez Natalense (XN), que muitas vezes traz informações muito parecidas com as que posto no LQI.
Pois bem, para acabar com redundâncias, vou tentar manter o LQI mais ligado a discussões gerais sobre o jogo, curiosidades e, claro, divagações, enquanto o XN trará minhas posições e textos mais específicos sobre as atividades na cidade de Natal e no estado do RN.
Uma das coisas que alimento nos dois blogs (e que ficará assim por ser simples) é o ranking atualizado do RN com base nos ratings FIDE e CBX e os locais onde se pode jogar xadrez em Natal-RN.
Aliás, o ranking acaba de ser atualizado e pode ser visto tanto aqui no LQI como lá no XN.

Por que ‘Lances Quase Inocentes’?

Muitas vezes me perguntam sobre a escolha do nome deste blog. Fora dos círculos enxadrísticos fica um nome meio estranho mesmo, aliás, pouco tem a ver com xadrez, à primeira vista. Porém, quase todos que jogam ou jogaram xadrez, logo percebem a associação.


Em 1993, lançaram um filme muito bom sobre xadrez, chamado “Lances Inocentes” na versão em português do título, mas que no original se chama “Searching For Bobby Fischer” (Procurando por Bobby Fischer).


Trata-se da história real dum garoto americano, Joshua Waitzkin, que mostra um incomum talento para o jogo de xadrez, apesar de nenhum incentivo aparente em casa, já que seus pais não jogavam. E muitos passam a apostar nele como o próximo Bobby Fischer.

Lá nos Estados Unidos, que foi hegemônico no xadrez mundial na década de 1930, o xadrez só foi redescoberto pelas massas após o fenômeno Bobby Fischer, o excêntrico e genial grande mestre que em 1972 se tornou o primeiro ocidental a se tornar campeão mundial, após longo QR domínio soviético sobre o jogo. Só que, depois disso, Fischer desapareceu do mapa, por assim dizer. Não jogou mais torneios, nem partidas sérias, não aceitou defender seu título contra o novo desafiante oficial oriundo dos duríssimos torneios classificatórios, o soviético Anatoly Karpov, em 1975, e deixou de ser o campeão oficial desde então. Fischer abandonou este mundo em 2008, curiosamente, aos 64 anos de idade.

Assim, após provar do gosto da vitória, e ver um aumento súbito no número de praticantes do jogo, o xadrez dos Estados Unidos se viu numa busca tácita daquele que seria o próximo Fischer, daí o nome original do filme.

O título em português capta outra faceta da história, que mostra um menino que, apesar de talentoso, diferencia-se do ídolo de seu país, por ser quase bondoso com seus adversários, apesar de vencer quase todos.

O garoto passa certa inocência quando joga, um estilo ainda não maculado pelos vícios de anos de torneios, pela ânsia de ganho de pontos de rating e títulos. O xadrez, para ele, ainda se mostra como é: o maravilhoso mundo de descobertas, um fim e não um meio, um pouco da luz que nos é dada a enxergar em meio a tanta escuridão.

Fica a dica: quem não viu, procure ver!